A Associação Nacional para a União das Artes foi criada especificamente para a convergência de todas as organizações representativas dos diferentes subsectores das Industrias Culturais e Criativas.
A pandemia de COVID19, que se abateu em Portugal e no Mundo, veio expor as inúmeras fragilidades e problemas crónicos existentes no sector da Cultura, para além da incapacidade de concertação entre as diferentes representações organizadas, pelo que compreendemos que independentemente das respostas políticas poderem ser questionáveis, tornou-se evidente a ausência de protecção à maioria dos trabalhadores, cuja maioria, no momento em que mais necessitaram, não foi elegível para ser apoiada devidamente pelo Estado.

A plataforma cívica denominada Convergência pela Cultura, surgiu em 2020, pela reunião de muitos agentes representativos de organizações formais e informais, assim como de profissionais independentes, que procuraram a criação de um grupo de reflexão, que originou a redação de um manifesto público, com propostas concretas, que procurámos oferecer ao Governo.
No entanto, quando fazemos um balanço sobre as respostas dadas pelo poder político, compreendemos a necessidade de renovar os princípios que se estabeleceram para a constituição do grupo de trabalho, e pretendemos que a Convergência se torne uma marca de referência para a realização de propostas de sensibilização sobre os problemas existentes no sector da Cultura.
A ANUARTIS procurará agregar consensos e respeitará a identidade e a propriedade intelectual de cada pessoa ou organização que pretenda contribuir com propostas de soluções para serem apresentadas ao poder político. Desse modo, não deixaremos de procurar contribuir para o bem estar do colectivo, de acordo com a razão de ser da nossa constituição, plasmada nos estatutos que aprovámos.
1 – CULTURA
Acreditamos na necessidade de construção de legislação adequada às especificidades das profissões existentes na Industrias Culturais e Criativas, como base para a consolidação de boas políticas públicas e de regimes extraordinários de protecção aos homens e mulheres que representam com as suas personalidades, as artes que desenvolvem.
Acreditamos na importância das associações sem fins lucrativos no âmbito da coesão territorial, e defendemos a criação de um modelo de convergência dos interesses das organizações promotoras e produtoras de cultura, que permita a sua representatividade no seio da concertação social.
A missão da ANUARTIS torna-se substancialmente relevante em função da manutenção da plataforma cívica Convergência pela Cultura, que se encontra numa fase de reorganização, sendo que em 2025 inicia uma nova campanha de angariação de interesse público para a discussão sobre todos os problemas crónicos que ainda não foram devidamente considerados pelo poder político.
2 – DESPORTO
Estamos convictos que é essencial fomentar a construção de pontes entre diferentes sectores de actividade, porque desse modo, nos aspectos relacionados com os objectivos propostos pela associação nos campos da solidariedade social, da pedagogia associada às artes, e do apoio institucional individual e colectivo, poderemos dar respostas mais eficazes, complementado as mais valias da interligação entre actividades desportivas, culturais e sociais.
O trabalho de proximidade com a formação que já é desenvolvida pelas Universidades Séniores, pode tornar-se uma verdadeira alavanca para a criação de programas dedicados aos mais velhos, para a sua qualidade de vida e enriquecimento físico e emocional. O processo de dinamização sociocultural terá que incluir forçosamente o respeito pelo conhecimento e pela memória, porque somente assim, poderemos construir pontes entre diferentes gerações, em prol de objectivos comuns.

Por outro lado, também entendemos que a criação de propostas de actividade, no âmbito da dinamização social, desportiva e cultural, como suporte aos projectos que defendemos (como o RESPECT), seja direcionada para as comunidades locais, designadamente nas escolas do ensino básico, secundário e universitário, em virtude da necessidade de se estabelecerem bases de referência para o presente e para o futuro.
Estamos empenhados no desenvolvimento de propostas para o aumento da resposta da associação às necessidades que nos são colocadas, pelo dever maior de contribuirmos para uma sociedade melhor, mais equilibrada, e cuidadora dos nossos concidadãos, com os principais valores que merecem ser defendidos e preservados, transversalmente a todas as áreas de intervenção e de actividade: o respeito, a empatia, a solidariedade, a protecção, a educação, a compaixão e a tolerância.
3 – SOLIDARIEDADE
É cada vez mais importante reconhecermos o papel das associações enquanto agentes para a melhoria das condições de vida das pessoas e das comunidades. O trabalho associativo, que é tantas vezes desvalorizado pelo poder político, representa uma percentagem elevada da actividade artística que é produzida no território nacional, sem que haja uma visão integrada que as inclua com plenos direitos e deveres, mas as distinga igualmente das empresas do sector privado.
Acreditamos na discriminação positiva do trabalho associativo e a criação de legislação adequada ao sector da Cultura, e a criação de um novo modelo de estatuto que regule e inclua todos os homens e mulheres que dependem das associações para promover as artes que representam. Pretendemos que a Lei não se reduza ao espectro fiscalista, mas garanta direitos e deveres, com a introdução de regras próprias ajustadas às necessidades concretas das associações e às suas realidades sociais.
Por essa razão, estamos empenhados em contribuir para a anulação do espectro da pobreza que tem aumentado nos últimos anos, e que se reflete na qualidade de vida de quem vive das Artes e da Cultura. Em conformidade, pretendemos a implementação de regimes aplicados de permutas entre artistas (trabalhadores) e as associações, com a consagração de planos de apoio sustentado, assentes na representatividade.
Desse modo, procuramos diminuir o estigma da precariedade associada aos independentes do sector da Cultura, através de modelos de cooperação sustentados pelas actividades que são desenvolvidas em todo o território nacional, e em todas as áreas de relevo onde pudermos intervir.